República Checa visa atrair trabalhadores de Portugal e Espanha para suprir escassez de mão-de-obra

Num movimento estratégico para enfrentar a escassez de mão-de-obra, a República Checa planeia atrair trabalhadores dos países do sul da União Europeia, como Portugal e Espanha, que registram taxas de desemprego mais elevadas. Esta iniciativa foi divulgada pelo Ministro do Trabalho Marian Jurečka, destacando uma colaboração próxima com instituições locais nesses países que intermediam o emprego.

Com um enfoque em profissionais qualificados e especialistas, o governo checo direciona seus esforços particularmente para os setores de TI e pesquisa. “Estamos a tomar medidas específicas para atrair estas pessoas para o nosso mercado de trabalho. Existem países, especialmente no sul da Europa, onde a taxa de desemprego é significativamente superior à média da UE. Para os jovens, essa taxa pode chegar a 10 a 15 por cento. Queremos trazer pessoas de alta competência, especialmente nos campos da TI e pesquisa”, afirma Jurečka.

Este anúncio surgiu durante a apresentação de um mapa interativo das capacidades necessárias da força de trabalho, em conjunto com o presidente da Câmara de Comércio, Zdeněk Zajíček, e a vice-presidente da Associação da Indústria e Transporte, Milena Jabůrková. Por meio deste modelo, as autoridades checas pretendem identificar as medidas necessárias para suprir as lacunas de mão-de-obra, especialmente nos setores chave como TI e pesquisa.

De acordo com dados publicados pelo Destatis em novembro de 2023, a República Checa possui a taxa de desemprego mais baixa da UE, com apenas 2,4%. Em contraste, Espanha tem a taxa de desemprego mais alta, com 11,9%, seguida pela Grécia com 9,4%, e a Suécia com 7,9%. Portugal, por sua vez, apresenta uma taxa de desemprego de 6,6%, a oitava mais alta entre os 27 Estados-Membros da UE.

Um relatório publicado pela Autoridade Europeia do Trabalho em março do último ano lista as principais ocupações para as quais há falta de trabalhadores na República Checa, incluindo médicos especialistas, desenvolvedores de software, encanadores e instaladores de tubulações, profissionais de enfermagem, operadores de empilhadeiras, médicos generalistas, mecânicos e instaladores elétricos, entre outros.

Por outro lado, profissões com excesso de profissionais, que encontram dificuldades para conseguir emprego no país, incluem assistentes de vendas e funcionários de escritório gerais.

Dados publicados pelo Gabinete de Estatísticas Checo mostram que há mais de 800.000 trabalhadores estrangeiros atualmente na República Checa, dos quais quase 30.700 chegaram ao país em 2023. Isso significa que os trabalhadores estrangeiros representam cerca de um quinto do total de trabalhadores no país, que de janeiro até o final de setembro de 2023 foi de 4,23 milhões.